quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Buena Vista Socal Club

"Buena Vista Social Club era um clube de dança e atividades musicais de Havana em Cuba, local onde os músicos se encontravam e tocavam na década de 40, entre eles Manuel “Puntillita” Licea, Compay Segundo, Rubén González, Ibrahim Ferrer, Pío Leyva, Anga Díaz. Ao longo dos anos novos membros entraram no grupo. Nos anos 90, aproximadamente 40 anos após o fechamento do clube, inspirou uma gravação do músico cubano Juan de Marcos González e o guitarrista americano Ry Cooder com os músicos tradicionais. O disco, chamado Buena Vista Social Club tornou-se um sucesso internacional.

Gravado em Havana em seis dias em 1996 e lançado no ano seguinte, o cd Buena Vista Social Club da gravadora inglesa World Circuit rompeu todas as barreiras, conquistou o Grammy e transformou-se no maior sucesso da world music de todos os tempos. A marca de mais de oito milhões de cópias vendidas internacionalmente continua um recorde no gênero e resultou na inserção de Cuba no mapa da música mundial a partir dos anos 90. A gravadora brasileira MCD, que firmou parceria com a World Circuit, relança no país o clássico Buena Vista Social Club, agora em seu formato original com o encorpado libreto com 48 páginas traduzido para o português. Um dos mais completos guitarristas da música popular internacional, o americano Ry Cooder foi o produtor e uma espécie de avalista desse lançamento no mercado mundial: “acho que me preparei a vida inteira para essa experiência. É o melhor disco com o qual já me envolvi”, disse o mais do que experiente músico, na época com 50 anos de idade. Buena Vista Social Club foi ainda responsável pela descoberta mundial de grandes artistas veteranos da música cubana, como Ibrahim Ferrer, Compay Segundo, Rubén González, Eliades Ochoa e Omara Portuondo, que a partir daí gravaram discos solo que repercutiram em dezenas de países. O título do disco faz referência um tradicional clube de música, dança e atividades sociais de Havana onde Compay, González, Ferrer, Manuel “Puntillita” Licea e Anga Díaz - se encontravam desde 1940.

Convidado por Nick Gold, da World Circuit, a visitar Cuba e “procurar música de qualidade nesta ilha isolada no tempo e espaço” devido à revolução socialista e ao embargo americano, Ry Cooder surpreendeu-se ao desembarcar e descobrir tantos talentos como estes andando pelas ruas de Havana. Cooder convidou seu filho Joachim e o produtor Juan de Marcos Gonzalez que rapidamente arregimentou estes talentos lapidados pelo tempo e numa semana em Março de 2006 nos estudios Egrem de Havana com estrutura e diversos equipamentos dos anos 60 , gravaram este documento historico da música mundial. Segundo Ry Cooder:

esta é uma música que está viva em Cuba, não um resquício que encontramos num museu. Sinto que passei a vida toda me preparando para isto, no entanto, fazer esta gravação não foi o que eu esperava em plenos anos 90. Música é como uma caça ao tesouro. A gente cava... cava e, às vezes, encontra algo. Em Cuba, a música flui como um rio. Ela te acolhe e te vira do avesso

. O resultado desta “caçada” já virou história! Na edição brasileira assinada pela MCD recupera-se o formato do lançamento original contendo farto material fotográfico e texto de 48 páginas totalmente traduzido para o Português. Como diz Eduardo Muszkat, presidente da MCD: “optamos por realizar a tradução completa do livreto, inclusive das letras das músicas, seguindo a produção original (que trazia versões em inglês para as letras em espanhol) para melhor compreensão do público brasileiro. Acrescentamos algumas notas com a finalidade de atualizar informações que julgamos relevantes, como o falecimento de alguns participantes deste disco histórico”. Informações preciosas revelam parte da biografia de músicos como Compay Segundo, nome artístico de Francisco Repilado que, quando adolescente, trabalhava nos campos de tabaco e, à noite, encarava os bares para tocar e cantar com músicos da época. “Seu apelido surgiu quando formou a lendária dupla Los Compadres, em 1942. Compay é a gíria cubana para compadre, e Segundo era a referência à sua marca registrada, a segunda voz fazendo o baixo” Ou discorrem sobre um clássico bolero, Dos Gardenias, composição da pianista Isolina Carillo. “O grande cantor e bandleader Antonio Machín fez enorme sucesso com a música na Espanha, na década de 40. Machín morreu em Sevilha, em 1995, e Compay Segundo tocou a música em seu enterro, lançando rum em seu túmulo como um tributo. Esta gravação é uma performance intimista de Ibrahim Ferrer, que aprendeu a canção quando tocava com o grande Benny Moré, no Club Alivar, nos anos 50.” Outro destaque do disco é a cantora Omara Portuondo, que interpreta “Veinte Años”, de María Teresa Vera. As 14 impecáveis faixas de Buena Vista Social Club são: Chan Chan, por Eliades Ochoa; De Camino A La Vereda, por Ibrahim Ferrer; El Cuarto De Tula, por Eliades Ochoa; Pueblo Nuevo, por Rubén González; Dos Gardenias, por Ibrahim Ferrer; Y Tú Qué Hás Hecho?, por Compay Segundo; Veinte Años, por Omara Portuondo; El Carretero, por Eliades Ochoa; Candela, por Ibrahim Ferrer; Amor De Loca Juventud, por Compay Segundo; Orgullecida, por Compay Segundo; Murmullo, por Ibrahim Ferrer; Buena Vista Social Club, por Rubén González; La Bayamesa, por Manuel ‘Puntillita’ Licea."¹




Fontes do Texto¹: [ MCD ]
Site oficial BVSC
Imagens: Google Imagens